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Empreendedor e advogado aposta em IA para transformar os escritórios de advocacia

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redacao@justicaemfoco.com.br 09 de outubro de 2025
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Empreendedor e advogado aposta em IA para transformar os escritórios de advocacia

Fernando Gomes Xavier é um dos sócios da New Lever, que tem como propósito facilitar a vida dos advogados e reduzir os custos.

O avanço da inteligência artificial está mudando o Direito, inaugurando uma nova era para os advogados. A New Lever é uma empresa que transforma a rotina dos escritórios de advocacia através da sua ferramenta.

O serviço funciona a partir de um diagnóstico inicial das necessidades do escritório e de uma análise da base de conhecimento. Com base nisso, a IA da empresa consegue entregar a elaboração de contestações com base nos modelos do escritório. Atualmente, a New Lever atende escritórios de advocacia de médio e grande porte.

Fernando Gomes Xavier, um dos sócios, diz que a empresa surgiu de uma forma muito curiosa. "Eu estava dando uma entrevista em uma rádio e o José Ferretti, que foi diretor de inovação do Tribunal Regional Federal de Brasília, ouviu a minha entrevista e me chamou para tomar um café. Quando nos encontramos ele mencionou que eu deveria conhecer o Nilton e o Fabrício, professores da Universidade de Brasília (UnB) e líderes do Laboratório de IA da UnB. Eles foram responsáveis pelos principais projetos de implementação de IA no judiciário, e o Ferretti os conheceu quando fizeram um projeto de IA bem relevante no TRF-1, o projeto Alei. Portanto, a New Lever nasce com o objetivo de unir a minha experiência de mais de uma década prestando serviços para o mercado jurídico, principalmente para escritórios de advocacia, com a experiência do Nilton e do Fabrício, responsáveis por implementar IA no judiciário", contou.

 

Fernando Gomes Xavier explica como a Inteligência Artificial está transformando a prática jurídica de forma prática, não só retórica. Segundo ele, a mudança aparece em duas camadas:

Produção jurídica: pesquisa que devolve respostas com fontes; sumarização de processos; elaboração de contratos/petições para revisão do advogado.

Legal Ops/Gestão do escritório: monitoramento de andamentos e prazos, captura de tempo (produtividade), análise de rentabilidade por caso/cliente, tudo com trilha de auditoria.

Tradução prática: o papel do advogado migra de "redator inicial" para revisor‑estrategista; o escritório passa a operar orientado por dados; e o cliente recebe mais previsibilidade sobre status, próximos passos e custos.

De acordo com Fernando, advogados que ainda não usam IA estão perdendo oportunidades. "Sobretudo em tempo de resposta, margem operacional e posicionamento competitivo". Ele aponta dois fatos que sustentam isso:

-Adoção crescente do mercado: a parcela de profissionais que já usa IA subiu de 11% (2023) para ~30% (2024) na pesquisa da ABA (American Bar Association); quem fica de fora entrega mais devagar e com maior custo.

-Alavanca de crescimento: escritórios com estratégia de IA definida têm maior chance de crescimento de receita ligado à tecnologia, com economia de tempo e capacidade de atender mais clientes (e melhor).

 

Por fim, Fernando esclarece como começar a usar IA de forma a mitigar o risco e alavancar os resultados:

Checagem humana: usar IA só com citações verificáveis e política de human‑in‑the‑loop (nada sai sem revisão).

Automação de documentos padronizados: minutas e contratos de baixo risco com checklists e versionamento; sempre com double-check humano.

O advogado e empreendedor listou regras de ouro para não "trocar velocidade por vulnerabilidade":

Verificação de todas as citações (casos recentes mostram sanções por material não verificado).

Privacidade/LGPD: evitar dados sensíveis em modelos públicos; preferir ambientes com controle de retenção para evitar o treinamento dos modelos com os dados do escritório.

Rastreabilidade: guardar prompts, versões de modelo e fontes; isso reduz risco ético e facilita auditoria.

"O fato é que a IA não substitui o advogado, mas aumenta a qualidade do trabalho de quem a utiliza com método e governança. Quem adota com critério ganha velocidade e previsibilidade; quem adia, cede terreno para concorrentes que já padronizaram o repetitivo e conseguem dedicar maior tempo do time para pensar a estratégia, além de manter o relacionamento cada vez mais próximo com os clientes. Pense que hoje você dedica 3 horas por semana para um cliente, sendo que são 3h de entrega que no meio da correria você nem consegue fazer o relacionamento, apenas entrega o que é demandado. Com a IA, é possível passar a gastar 1 ou 2h na entrega e ganhar 1h para fazer um relacionamento semanal com os clientes mais relevantes", esclarece Fernando.

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