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Do golpe do falso advogado à proteção corporativa: por que a centralização da identidade digital é urgente?

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redacao@justicaemfoco.com.br 17 de setembro de 2025
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A crescente onda de fraudes jurídicas exige que escritórios fortaleçam a sua infraestrutura digital com gestão centralizada de certificados

Por José Luiz Vendramini, Sales Account Manager da Redtrust na América Latina

O golpe do falso advogado, que se espalhou pelo Brasil nos últimos meses, é um exemplo prático de como a combinação de engenharia social e tecnologia pode fragilizar pessoas e empresas. Ao se apropriar de documentos reais, identidades visuais convincentes e contatos públicos, criminosos têm se aproveitado da publicidade de processos judiciais e conseguido se passar por representantes de escritórios ou departamentos jurídicos, induzindo vítimas a realizar transferências bancárias.

Para se ter uma dimensão real deste impacto, em abril deste ano, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lançou uma plataforma de verificação contra esse golpe. Em maio, especificamente, a OAB registrou 2.181 ocorrências formais de casos, segundo dados do canal de denúncias. Contudo, os números podem estar subestimados, pois muitas vítimas deixam de denunciar por constrangimento em admitir que foram induzidas a realizar pagamentos ou confiaram em falsos representantes.

Embora inicialmente focado em aposentados e pessoas físicas, o golpe acende um alerta muito mais amplo: escritórios de advocacia e empresas em geral também estão na mira e podem se tornar tanto vítimas quanto vetores dessa fraude.

Por trás desse tipo de ataque, há uma vulnerabilidade clara: a gestão inadequada das identidades digitais. Escritórios que ainda mantêm certificados eletrônicos em planilhas, pendrives ou dispersos em diferentes máquinas sem controle efetivo ficam expostos a riscos graves de suplantação de identidade e uso indevido. A questão não é mais apenas operacional, mas estratégica: a confiança, que é o ativo central da advocacia e do ambiente corporativo, fica comprometida quando não há governança digital.

É nesse ponto que a gestão centralizada de certificados digitais se mostra indispensável. Mais do que uma solução técnica, ela representa uma mudança de postura diante de um cenário cada vez mais sujeito a ataques sofisticados, pois elimina vulnerabilidades típicas da gestão manual e estabelece uma barreira real contra a fraude.

Ao reunir certificados em um único repositório seguro, escritórios e empresas evitam a dispersão e ganham controle total sobre os seus ativos digitais. Esse armazenamento centralizado também elimina os riscos de transporte, já que os certificados não precisam circular entre dispositivos e permanecem protegidos em um ambiente único.

Outro ponto essencial é a simplicidade na implementação. A centralização permite que o uso dos certificados seja feito com poucos cliques, sem depender constantemente de suporte técnico, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Além disso, possibilita também que sejam estabelecidas políticas claras de utilização, garantindo que cada certificado seja usado somente por quem está devidamente autenticado, dentro de limites pré-definidos.

A auditoria e a monitorização também se tornam muito mais eficazes. Enquanto modelos manuais dificultam a rastreabilidade, a gestão centralizada registra em detalhes quem usou determinado certificado, em qual momento e para qual finalidade, oferecendo visibilidade total para auditorias e investigações internas. Sendo assim, caso haja perda de dados, a recuperação é simplificada, já que os certificados não dependem de cópias locais e podem ser restaurados sem a necessidade de novas emissões.

Outro aspecto muitas vezes negligenciado é a validade. Em um ambiente manual, é comum que prazos passem despercebidos, gerando interrupções operacionais. A centralização, por sua vez, antecipa esses vencimentos, garantindo a renovação tempestiva e evitando surpresas, além de oferecer destruição controlada de certificados, assegurando que eles sejam definitivamente revogados sem risco de uso posterior por pessoas não autorizadas.

Resiliência é outro pilar da estratégia. Com a possibilidade de realizar backups seguros, a gestão centralizada garante a continuidade mesmo em cenários de falha, protegendo instituições de paralisações inesperadas. E mais: tudo isso com ganhos de eficiência e economia de recursos, tendo em vista que ao eliminar cópias redundantes, reduzir intervenções técnicas e simplificar processos, as organizações conseguem não apenas mais segurança, mas também otimização de custos.

O golpe do falso advogado é apenas uma das faces de um cenário mais amplo: o da crescente sofisticação das fraudes digitais. E ele deixa uma lição clara de que sem a centralização, não há segurança possível. Escritórios de advocacia e empresas que desejam proteger a sua identidade digital precisam abandonar práticas manuais e dispersas, adotando um modelo robusto, auditável e resiliente. Mais do que uma questão tecnológica, trata-se de uma decisão estratégica de proteção do negócio, da reputação e da confiança que sustenta as relações junto aos clientes.

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