O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a suspensão do teto de gastos com o objetivo de viabilizar a devolução de valores descontados indevidamente das aposentadorias de segurados do INSS. O pedido foi protocolado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1236, distribuída ao ministro Dias Toffoli.
Na ação, a AGU argumenta que decisões judiciais conflitantes sobre a responsabilidade da União pelos descontos realizados por associações sindicais têm dificultado a adoção de uma sistemática clara para a restituição dos valores. A medida busca uma solução uniforme por parte do STF e solicita, ainda, a autorização para abertura de crédito extraordinário fora do limite imposto pelo novo arcabouço fiscal.
A solicitação ocorre em meio a um ambiente de tensão institucional. Parlamentares da oposição e de setores independentes demonstraram preocupação com o que consideram uma tentativa do Executivo de contornar o Congresso Nacional na condução da política fiscal.
O relator do caso, ministro Dias Toffoli, também é responsável pela ADPF 1234, que trata do mesmo tema. A expectativa é de que a decisão do Supremo tenha impacto direto na interpretação das regras do teto de gastos e na autonomia do Legislativo sobre a gestão orçamentária.
Analistas apontam que, se acolhido, o pedido pode abrir precedente para futuras exceções à âncora fiscal vigente, fragilizando o papel do Congresso na deliberação sobre despesas públicas. A questão reacende o debate sobre os limites entre os Poderes e o papel do STF na definição da política orçamentária.
Ainda não há prazo definido para o julgamento do caso.
(ADPF) 1236. - 12/06/2025